quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Como ir pro céu

Um rapaz abastado se aproxima de outro da classe C. Sem mais delongas, o primeiro começou:
— Meu caro, como você tá?
— Diga aí, Paulique! — exclamou o outro.
— Jorge, bicho... eu não gosto desse apelido. Meu nome é Paulo Henrique e ponto.
— Ponto continuativo! Depois que você arrancou Jennifer de mim, você perdeu toda a sua moral! — glosou ele.
— Que nada, meu irmão. Nossa amizade transcende esse nosso sentimento mútuo por ela — retorquiu Paulique.

Ou melhor, Paulo Henrique... Continuando o papo cabeça:
— Eu tava brincando, Paulique. Eu tava querendo me desfazer dela mesmo. Quero algo melhor; só não sei se consigo — divagou o jovem.
— Me sinto bem sabendo disso tudo. Mas Jennifer não é uma qualquer: vibra em cada toque, faz poesia sem dizer um “a”, soa como gente grande...
— Foi bom pra você?! — brincou Jorge.
— Claro. Tê-la comprado de você foi a melhor coisa que fiz esse ano!
— Pois é. Não há mais guitarras velhas como essas da Jennifer — explicou Jorge, bem jocoso.
— Quando eu comprar uma Ibanez, vou te devolver essa outra sem cobrar; e com prazer!
E assim, eles morreram solteiros e semi-surdos.

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E aí?