sexta-feira, 19 de março de 2010

É show!

– Vambora pro show da Maria Gadú?
– Como é, rapaz? Maracatu?! Tá horrível o sinal dessa operadora. Meu celular também tá muito velho... a ligação tá cortando – explicou Michel.
– Sim, Maria Gadú. É muito bacana! Você nunca ouviu? – perguntou Filipe.
– Claro que já escutei maracatu, meu amigo! – disse ele, um tanto ofendido. – Pena que Chico Science morreu... Gosto muito da mistura que eles fazem com o rock.
– É... – disse Filipe, sem entender direito. – Então vamos marcar: 21h em frente à pizzaria Arrivederte. Ok?

Tudo combinado, tudo acertado. Como você (vá me perdoando logo pelo termo coloquial) já deve ter percebido, houve uma pequena falha de comunicação. Mas nada que impeça de a noite ser aprazível. Espero...

Chegando lá:
– Que porra é essa? – perguntou Michel, ao som da voz marcante de Maria Gadú e seu Shimbalaiê a postos. – Você quer que eu fique aqui tomando refrigerante? Você sabe que tenho diabetes. E eu só penso em tomar uma Fanta ouvindo uma música desse naipe...
– Calma, Michel, ora! Essa é Maria Gadú: o fenômeno da nova MPB. Eu disse pra você que era ela que ia tocar de graça aqui na praça – esclareceu para o amigo.
– Grandes coisas. Pena que entendi errado. Entendi “Maracatu”. Você fala todo errado... devia fazer um curso de dicção! – zombou ele.
– Que nada de Maria Gadú. Eu falei maracatu – confundiu-se.
– Tá vendo? De novo.
– Você quem devia limpar essas orelhas. Eu falei certo; tu tá entendendo tudo errado.
– Quer saber, vou ver se nesse apinhado de homossexuais tem alguma mulher que valha a pena... Que valha a pena não, qualquer uma! – disse ele, revoltado gesticulando com o dedo indicador direito pra cima.

Logo se aproxima a primeira vítima. E última.
– Olá, senhorita. Percebi que você é uma das poucas heteros nesse show “super bacana”.
– Eu nem gosto de Maria Gadú – emendou ela, rindo. – Na verdade, só vim pra espairecer e porque é de graça. Eu, Maria Rita, e minha prima Dulcinha. Prazer.
– Ah, tá explicado porque você não gosta. Maria Rita tem de gostar de... Maria Rita – disse ele, brincando. – Meu nome é Michel.
– Rapaz, pior que é mesmo – riu a moça.

Apesar da boa investida no começo e das boas risadas, conversa vai, conversa vem e nada. Ele tentou beijá-la duas, três vezes e... nada. Enfim, Michel se exalta, agoniado:
– Ó, vou ser franco. Tenho diabetes e você tá fazendo cu doce. Não rola. – E saiu puto da vida. Ele chegou até Filipe e disse: “Vambora pro show do Parangolé?”

3 comentários:

  1. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Que cagada no final... Parangolé é foda.... ele bem que podia ter tido outra ideia... (tipo: vou ali me matar!)
    kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
    Até que fim texto novo!
    beijos

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  2. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk .... ♫♪ Bota a mão na cabeça que vai começarrr ..... o Reboletion tion tioon! kkkk!
    Só vc mermu visse! Parabéns!

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  3. Gosto da Maria Gadu cantando "Ne me quitte pas", vc já ouviu? Ela canta em ritmo de tango e ficou melhor do que muitas interpretações consagradas q já se fez por aí...
    Abraços!!!!

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E aí?